Ministério da Saúde envia doação de medicamentos a Cuba para enfrentar crise de abastecimento
Brasil doa doxiciclina e tenofovir para auxiliar no tratamento médico em meio à escassez de remédios

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O Ministério da Saúde brasileiro enviou uma carga de medicamentos a Cuba, país que enfrenta uma crise de abastecimento de remédios. A solicitação partiu do governo cubano, que pediu a doação de doxiciclina e confirmou o interesse em receber tenofovir alafenamida. Segundo a pasta, esses medicamentos estavam disponíveis nos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) para doação humanitária internacional.
A doxiciclina é um antibiótico utilizado no tratamento de infecções causadas por bactérias e alguns parasitas. É indicada para casos de pneumonia bacteriana, acne, infecções por clamídia, doença de Lyme, cólera, tifo e sífilis. Por sua vez, o tenofovir é um medicamento empregado no coquetel antirretroviral para o tratamento do HIV.
O governo brasileiro tem realizado doações de medicamentos, imunizantes e outros insumos de saúde a diversos países por meio de cooperação humanitária internacional. Essas ações são coordenadas pela Agência Brasileira de Cooperação, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, e baseiam-se nos estoques administrados pelo Ministério da Saúde no âmbito do SUS.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou-se com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em Paris, na França, juntamente com a ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo o Planalto, Lula discutiu sobre as "potencialidades para aumentar a cooperação em áreas de interesse mútuo e questões relacionadas ao panorama mundial".
Em janeiro, Lula criticou os bloqueios econômicos a Cuba e as intervenções dos Estados Unidos na Venezuela. Na visão do presidente brasileiro, os países, mesmo sob ditaduras, devem ter a liberdade para tomar decisões econômicas sem interferências externas.
"Que se acabe o bloqueio a Cuba, que já dura mais de 60 anos, sem nenhuma necessidade. Os cubanos não querem copiar o modelo brasileiro ou dos Estados Unidos, querem criar seu próprio modelo. E quem tem a ver com isso? Portanto, temos que tratar a Venezuela e Cuba com muito respeito e, na medida em que pudermos ajudar a resolver seus problemas, nós o faremos", afirmou o líder do Partido dos Trabalhadores (PT).