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Ministério Público investiga transfobia, após afoxé Filhos de Gandhy vetar participação de homens trans no Carnaval de Salvador

Regra foi anunciada por meio de um termo de aceite com 10 itens

Por Da Redação
Ás

Ministério Público investiga transfobia, após afoxé Filhos de Gandhy vetar participação de homens trans no Carnaval de Salvador

Foto: Divulgação

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou uma investigação, na segunda-feira (24), para apurar o suposto ato de transfobia cometida pelo bloco Afoxé Filhos de Gandhy, tradicional do Carnaval de Salvador.

Em um termo de aceite enviado aos associados, o bloco comunicou a proibição da venda de passaportes para homens transexuais. Segundo o MP-BA, o grupo foi oficiado por e-mail, com um pedido de informações e esclarecimentos. 


Reprodução

Após posicionamento do órgão e forte repercussão, a diretoria do bloco emitiu uma nota voltando atrás e avisou o recolhimento do documento. "Recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgênero, passando a constar apenas do sexo masculino, quanto à alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto".

A assessoria chegou a informar que a regra sobre homens cisgênero sempre existiu, e o documento era o mesmo enviado todos os anos para os associados.

O MP-BA disse ainda que "aguarda retorno” do bloco para “adoção das medidas cabíveis". A Defensoria Pública da Bahia, por meio da Coordenação da Especializada de Direitos Humanos, declarou que a decisão tomada pelo bloco "claramente incita discriminação e preconceito contra essa parcela da população", sujeitando os responsáveis pela lei que equipara atos de transfobia ao crime de racismo.

Em agosto de 2023, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que atos de preconceitos contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ podem ser enquadrados como injúria racial. 

Leia a nota do Gandhy na íntegra:

"O Afoxé Filhos de Gandhy, ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como princípio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa.

Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos religiosos que o regem desde o início, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social.

Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade.

Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgenero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto".


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