Ministra das Mulheres diz que Lira não quis discutir com ela PL do Aborto: "quase implorei"
Projeto equipara aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou, nesta sexta-feira (02), que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não a recebeu e nem atendeu seus telefonemas quando ela tentou discutir sobre o projeto de lei que equipara aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio.
"Na questão da 1904 [PL 1904/24], eu pedi várias vezes para conversar com o Lira e ele não me atendeu, lembro que telefonei, presencialmente", afirmou.
"Depois me liga para dizer 'mas eu estou apanhando muito'. Eu disse 'bem feito, eu vou fazer o que?'. Eu pedi, quase implorei, eu e a bancada feminina, implorando, implorando'", completou a ministra.
O projeto gerou polêmicas e sofreu críticas de diversos setores do governo e da sociedade civil.
Segundo o texto, as mulheres só poderão realizar o procedimento até a 22ª semana. Após esse período, mesmo em caso de estupro, a prática será criminalizada.
Em julho, o texto teve sua urgência aprovada em votação relâmpago na Câmara dos Deputados. Após as críticas, Lira anunciou que o PL seria discutido em uma comissão representativa. Com isso, Lira recuou na intenção de votar diretamente no plenário.