Ministro afirma que acordo sobre orçamento impositivo teve aval de Bolsonaro
É a primeira vez que ele fala publicamente sobre a polêmica de críticas dentro do Executivo
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Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, afirmou ao site do Estado que só se sentou à mesa de negociação com o aval do presidente Jair Bolsonaro e acompanhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ou sua equipe. “Desde o início a negociação foi por ordem do presidente. O Paulo Guedes, o tempo todo, esteve ao meu lado. Em nenhum momento, sentei à mesa sem autorização do presidente ou sem o conhecimento do ministro Paulo Guedes. Não tem nada embaixo de panos e conchavos”, disse.
É a primeira vez que ele fala publicamente sobre a polêmica de críticas dentro do Executivo. Colegas que compõem o primeiro escalão do governo questionam a atuação de Ramos, dizendo que o ministro, para se cacifar como articulador e se aproximar dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), ambos do DEM, cedeu às reivindicações do Parlamento e prejudicou o governo.
Bolsonaro, segundo interlocutores, demorou a se dar conta da “gravidade” que as restrições do Orçamento impositivo causariam ao governo. O presidente foi alertado de que viraria uma “rainha da Inglaterra” sem poder de execução nas mãos.
O impasse em torno do acordo do Orçamento, que repassa para o controle do Congresso uma fatia maior de recursos públicos, fez estremecer a relação de Guedes e Ramos. Os dois chegaram a ter uma discussão no Planalto. Ramos querendo dividir a responsabilidade do acordo com Guedes. E o ministro da Economia negando participação no acerto.