Ministro Nunes Marques autoriza inquérito para investigar Luciano Bivar por suposta ameaça a presidente do União Brasil

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques, autorizou, nesta quinta-feira (11), para a abertura de um inquérito destinado a investigar o deputado federal e ex-presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), por supostas ameaças ao novo presidente da sigla, Antônio Rueda. A solicitação partiu da Procuradoria-Geral da República.

As alegações de ameaças surgiram após Rueda acusar Bivar de ter ameaçado ele e um membro de sua família no final de fevereiro, em meio a uma crise interna pelo controle do União Brasil. O caso foi levado ao STF após Rueda apresentar uma representação criminal contra Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal.

Devido ao foro privilegiado como deputado, a investigação foi encaminhada ao Supremo. Além das acusações de ameaça, a defesa de Rueda solicitou que Bivar seja investigado por seu suposto envolvimento no incêndio que destruiu duas residências da família do novo presidente do partido, no litoral de Pernambuco. Bivar nega categoricamente todas as acusações.

Os advogados de Rueda argumentam que há uma "pluralidade de indícios" que ligam Luciano Bivar ao incêndio, embora a autoria do deputado no caso ainda não possa ser afirmada com certeza. Segundo a defesa, o episódio demonstra uma "escalada da violência política".

Antônio Rueda foi eleito para liderar o partido no final de fevereiro, substituindo o deputado Bivar, cujo mandato terminaria apenas em maio. No entanto, no mês passado, o União Brasil decidiu destituí-lo do cargo, sendo Rueda empossado em seu lugar.

O União Brasil é uma das maiores legendas do Congresso Nacional, contando com a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, composta por 59 parlamentares. Sua influência é significativa devido à fatia bilionária que recebe do Fundo Partidário, o que torna a liderança do partido altamente cobiçada, especialmente em ano de eleições. Além disso, o partido possui sete senadores e três ministros no governo Lula.

A sigla foi formada em 2022 a partir da fusão do antigo DEM (PFL) com o antigo PSL, partido pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018. Apesar dos desentendimentos entre Bolsonaro e o partido, o PSL se tornou uma das principais forças da centro-direita no país. Bivar presidia o PSL na época da eleição de Bolsonaro e desde então tem sido uma figura central na política nacional.