Moraes autoriza uso de provas de inquérito contra Bolsonaro em investigação sobre milícias digitais
Arquivos também serão compartilhados ao inquérito sobre falas que relacionam Covid-19 à Aids
Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou nesta terça-feira (08) o compartilhamento de provas do inquérito que investiga o vazamento de dados sigilosos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com outra investigação que apura a suposta existência de uma milícia digital para deslegitimar a democracia.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a decisão atende a um pedido da delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal, que é responsável pela condução das duas investigações.
"Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, ambos de minha relatoria", afirmou Moraes.
No inquérito, a Polícia Federal concluiu que o presidente cometeu crime ao divulgar resultados sigilosos de uma investigação sigilosa sobre tentativas de ataque hacker contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, a delegada informou não será feito um indiciamento do presidente devido ao foro privilegiado.
As informações levantadas nesse inquérito serão utilizadas para subsidiar as investigações o processo que investiga uma suposta milícia digital organizada para atacar ministros do Supremo e desestabilizar as instituições democráticas no país.
Além disso, as provas também compartilhadas em um terceiro inquérito, que investiga falas do presidente em que associou, durante uma live, a vacina contra a Covid-19 com o desenvolvimento do vírus da Aids.