Moro nega relação com fundação, que seria criada com dinheiro da Lava Jato
Investigação do CNJ aponta que integrantes da operação teriam se unido para “promover desvio” recursos com o intuito de criar fundação
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
O Senador Sérgio Moro, afirmou em nota nesta terça-feira (16), que ele não tinha relação com a fundação, que seria criada com dinheiro desviado da União, pois não era juiz no período. A declaração foi dada ao jornal Globo News.
Segundo um documento de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre irregularidades na Operação Lava Jato, Moro, a juíza Gabriela Hardt e Deltan Dallagnol teriam se unido para “promover desvio” de R$2,5 bilhões da União com o intuito de criar “uma fundação voltada ao atendimento de interesses privados”.
A investigação aponta que o braço do Ministério Público Federal que tocava a operação fez uma "negociação paralela de flexibilização de regras" com autoridades americanas de olho em parte da multa aplicada pelo governo dos Estados Unidos à Petrobras.
"O desvio do dinheiro só não se consumou em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal", diz o CNJ.
O relatório faz parte da apuração que resultará no julgamento, que acontece nesta terça-feira (16) e deve definir os próximos passos das investigações contra os investigados.
Afastamento Lava Jato
O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Felipe Salomão, afastou a juíza Gabriela Hardt, que era substituta de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação Lava Jato.
Também foram afastados os juízes federais do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, além do juiz federal Danilo Pereira Júnior, atual titular da 13ª Vara de Curitiba. Danilo atuou como substituto no tribunal regional.
Hardt validou acordo entre o Ministério Público Federal e a Petrobras que geraria fundo da Lava Jato, suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Para o corregedor, Hardt é suspeita de ter atuado em desacordo com normas previstas na Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) e no Código de Ética da Magistratura.
Entre essas normas, está "pautar-se no desempenho de suas atividades sem receber indevidas influências externas e estranhas à justa convicção que deve formar para a solução dos casos que lhe sejam submetidos". Outras delas falam sobre imparcialidade e prudência dos magistrados.
Salomão afirma que a Lava Jato atuou para "auxiliar autoridades americanas a construírem casos criminais em face da Petrobras com interesse no retorno de parte da multa que seria aplicada".