MP apura vídeo de policiais queimando cruz durante cerimônia em SP
Promotoria cobra explicações da PM após divulgação das imagens
Foto: Reprodução/Redes sociais
O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar as circunstâncias de um vídeo em que policiais militares de São José do Rio Preto aparecem próximos a uma cruz em chamas, perfilados e com os braços estendidos na altura do ombro. As imagens foram publicadas em redes sociais, mas acabaram removidas após repercussão negativa.
Os agentes são lotados no 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).
Diante da polêmica, a Promotoria de Justiça de Rio Preto deu prazo de dez dias para que o comando da unidade informe quais providências foram adotadas após a divulgação do vídeo. Nas redes, usuários compararam a cena a rituais praticados pela Ku Klux Klan e a gestos de inspiração nazista.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que o vídeo foi registrado durante uma solenidade de encerramento de treinamento, cujo objetivo era representar simbolicamente a superação de desafios físicos e emocionais enfrentados pelos participantes. A corporação reforçou que não houve intenção de vincular a ação a qualquer ideologia política, religiosa ou de cunho discriminatório.
Apesar da justificativa, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmou a abertura de procedimento para apurar os fatos e indicou que, caso sejam identificadas irregularidades, os envolvidos serão responsabilizados. A PM também declarou que repudia qualquer associação a símbolos nazistas ou manifestações de intolerância.
As imagens mostram uma cruz sendo incendiada em meio a uma trilha de velas, com viaturas e bandeiras da corporação ao fundo. Em outro trecho, o brasão do Baep aparece desenhado em fogo no chão, cercado por pelo menos 14 policiais.
O episódio gerou críticas de autoridades e da sociedade civil, principalmente nas redes sociais, que cobraram posicionamentos firmes diante do uso de símbolos que remetem à intolerância e ao extremismo histórico.
