Editorial

Mudanças climáticas e deslocamento humano

Confira o editorial desta sexta-feira (20)

Por Editorial , Erick Tedesco
Ás

Mudanças climáticas e deslocamento humano

Foto: Reuters/Jorge Cabrera

Os impactos das mudanças climáticas estão sendo sentidos em todo o mundo, mas os países que lutam com conflitos, pobreza e altas taxas de deslocamento forçado estão enfrentando alguns dos efeitos mais graves.

Do Afeganistão à América Central, secas, inundações e outros eventos climáticos extremos estão atingindo pessoas menos preparadas para se recuperar e se adaptar.

O assunto veio à toa esta semana no documento  “Deslocados na linha de frente da emergência climática”, lançado pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur). 

Os números mostram como o aquecimento global aumenta os riscos para pessoas que já vivem em regiões de conflitos e instabilidade, levando a mais deslocamentos e, muitas vezes, diminuindo as possibilidades de retorno.

Desastres relacionados às mudanças climáticas podem acentuar a pobreza, a insegurança alimentar e o acesso a recursos naturais, levando à instabilidade e à violência. A visualização de dados olha para o exemplo do Afeganistão, onde secas e inundações recorrentes, combinadas a décadas de conflito e deslocamento, deixaram milhões de pessoas vulneráveis à fome este ano.

Moçambique está passando por uma confluência semelhante de conflitos e desastres múltiplos com um ciclone após o outro atingindo a região central do país, enquanto o aumento da violência e de turbulências ao norte deslocam centenas de milhares de pessoas.

Muitos dos países mais sujeitos aos impactos das mudanças climáticas já abrigam um grande número de pessoas refugiadas e deslocados internos. Em Bangladesh, mais de 870 mil refugiados Rohingya que fugiram da violência em Mianmar estão agora vulneráveis a ciclones e inundações cada vez mais frequentes e intensos.

Estados de todo o mundo precisam intensifiquem suas ações para combater as mudanças climáticas e prover proteção e assistência às pessoas deslocadas por esses efeitos. É dever investir na preparação para mitigar as necessidades futuras de proteção e evitar mais deslocamentos causados por mudanças climáticas.

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