Mulher sedada sofre estupro em clínica de saúde mental; paciente 'ficou sozinha, pedindo pela família', diz advogada
Crime aconteceu na cidade de Camaragibe, no Grande Recife; vigilante foi indiciado por estupro de vulnerável
Foto: Reprodução
Uma paciente sedada foi estuprada em uma clínica particular de saúde mental em Camaragibe, no Grande Recife. O crime foi registrado por câmeras de segurança do local.
No vídeo, é possível ver o vigilante da clínica colocando a mão por baixo do lençol que cobria a vítima. O caso ocorreu na madrugada do dia 17 de novembro do ano passado, no Hospital Reluzir, onde a mulher de 30 anos estava internada para se tratar de uma crise de depressão. No entanto, o crime só foi divulgado na quarta-feira (19).
O vigilante foi indiciado no início de junho pelo crime de estupro de vulnerável, tipificado quando a vítima não tem condições de se defender. Ele prestou depoimento, mas não foi preso. Além dele, um técnico de enfermagem, que viu o segurança entrar na sala, foi indiciado por omissão de socorro.
De acordo com a advogada que cuida do caso, a família da vítima só foi informada do crime horas depois. "Ela ficou sozinha lá, pedindo pela família, sem conseguir dormir, com medo desse homem voltar a qualquer momento. E só foi avisado isso na sexta-feira à noite, para dizer que [a família] fosse lá no sábado de manhã. É uma série de atrocidades nesse caso", disse a advogada Maria Eduarda Albuquerque.
O crime ocorreu após a vítima ser levada para a ala masculina da clínica porque outra paciente foi admitida, estava “muito exaltada” e atrapalhou o sono das demais. A família levou a vítima de volta para casa, mas o quadro de saúde dela piorou.
"Ela está em outra clínica. Foi uma situação que a tirou do eixo completamente. Ela teve alguns acessos de estranhar o próprio corpo, de não querer viver (...). A mãe tirou [a paciente da unidade], passou um tempo com ela em casa, foi quando ela teve alguns acessos, inclusive tentando se matar. E foi necessária uma internação novamente".
A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído, com o indiciamento do vigilante pelo crime de estupro, e encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Segundo a família da vítima, ele está foragido há seis meses.