Mulheres recebem 20,9% a menos que os homens no Brasil, afirma governo federal

De acordo com o Relatório de Transparência Salarial, no ano passado a participação das mulheres no mercado de trabalho elevou, porém a desigualdade salarial continua

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Mulheres recebem 20,9% a menos que os homens no Brasil, afirma governo federal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As mulheres recebem 20,9% a menos que os homens que trabalham no setor privado do Brasil. É o que revelam dados do Relatório de Transparência e Igualdade Salarial, publicado nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Trabalho.

Os dados são do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano passado. No primeiro relatório, publicado em março de 2024, a desigualdade foi de 19,4%. Já no segundo, que foi divulgado em setembro, o número foi para 20,7%.

A pesquisa, que analisa 19 milhões de trabalhadores em 53.014 empresas com 100 ou mais empregados, ressalta que se as mulheres recebessem o mesmo que os homens no mesmo cargo, R$ 95 bilhões teriam entrado na economia no ano passado.

As mulheres, especialmente as negras, recebem ainda menos que homens nos mesmos cargos. Na remuneração média, os homens recebem R$ 4.745,53, ao passam que as mulheres recebem R$ 3.755,01.


O relatório ainda indica uma discrepância muito maior entre salários das mulheres em cargos de direção e gerência. Elas ganham 73,2% do salário dos homens nos mesmos cargos – isto é, 26,8% a menos do que necessitariam se tivesse equidade de gênero.


Alta no número de mulheres ocupadas

Ainda que a desigualdade salarial continue, o relatório indica que a participação das mulheres no mercado de trabalho elevou. O número de profissionais ocupadas aumentou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões (+6 milhões) no ano passado.

De acordo com a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, a porcentagem da massa de todos os rendimentos do trabalho das mulheres, entre 2015 e 2024, alterou de 35,7% para 37,4%.

“Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, esclarece Paula Montagner em comunicado.

Dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano passado indicam que a parcela de mulheres ocupadas elevou para 40,6%, ampliando a quantidade de mulheres empregadas para 7,7 milhões.

“A massa de rendimentos das mulheres é de 34,8% do total. Se fosse similar a sua parcela de empregadas (40,6%) a massa total seria expandida em R$ 95 bi (9% do total)”, continua Paula Montagner.

Ainda, diminuiu a quantidade de estabelecimentos com no máximo 10% de mulheres negras, em relação com os dados de 2023. No relatório anterior, existia 21.680 estabelecimentos, já em 2024 são 20.452.

Ainda teve um aumento de mulheres negras no mercado de trabalho. Em 2023 eram 3.254,272 mulheres negras, que aumentaram para 3.848.760 no ano passado.


 

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