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"Não entendo como que imparcialidade pode se aplicar nessa situação", afirma diplomata da Ucrânia no Brasil

Sobre Bolsonaro se manifestar, o representante afirmou que poderia ser "com uma palavra de solidariedade"

Por Da Redação
Ás

"Não entendo como que imparcialidade pode se aplicar nessa situação", afirma diplomata da Ucrânia no Brasil

Foto: Divulgação

Durante entrevista, o encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou na última terça-feira (1) que o conceito de "imparcialidade" não pode ser aplicado no conflito entre Ucrânia e Rússia. "Não entendo como que imparcialidade pode se aplicar nessa situação", afirmou.

Segundo ele, a declaração do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, a respeito da fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, afirmando que o chefe do Executivo quis falar sobre imparcialidade, não é compreensível já que "nós sabemos quem é o agressor".

Anteriormente, Bolsonaro afirmou que a posição do Brasil em relação ao conflito Rússia-Ucrânia era de "neutralidade". Ao Globo News, Carlos França interpretou a declaração do presidente como "nossa posição é de equilíbrio".

"Ela não é de neutralidade. Eu penso que quando o presidente [Jair Bolsonaro] falou em neutralidade ele pensava em imparcialidade. Eu acho que essa nossa posição é uma posição de equilíbrio, uma posição dedicada à busca do diálogo e da reconciliação.", disse o ministro.

Além disso, sobre outra fala de Bolsonaro, de que não tem o que falar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Tkach afirmou que o brasileiro "poderia começar com uma palavra de solidariedade com a Ucrânia”.

Durante a entrevista, Tkach também pediu para que os laços com a Rússia fossem cortados como forma de pressionar o país para o fim do conflito.

“Apelamos a todos para cortar todos os laços comerciais com a Rússia. Todos os laços. Fazer negócios com a Rússia agora significa financiar agressão, crimes de guerra, desinformação, ataques cibernéticos e mesmo o líder russo Vladimir Putin”, afirmou.

Tkach também ressaltou que a posição do Brasil na ONU é “muito importante” e pediu para que este posicionamento fosse mais claro.

“A posição na ONU é muito importante para qualificar as ações da Rússia como inapropriadas e gostaríamos de ter uma posição mais clara e mais certa do governo do Brasil. Não só na ONU”, declarou.

“Na ONU, ainda não vai resolver o problema. Queremos resolver os problemas já, porque estamos perdendo pessoas, militares e civis. A nossa intenção é terminar a guerra o mais rápido possível”,  concluiu.

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