'Não fiz campanha casada com Bolsonaro' diz Eduardo Leite sobre Doria
Governador do Rio Grande do Sul destaca que Presidência não teve ser 'aspiração pessoal'

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Em entrevista ao GLOBO, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que vem sendo incentivado pelo PSDB a entrar na disputa presidencial em 2022, deu alfinetadas no governador de São Paulo João Doria ao lembrar do voto de Doria em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Para ele, a Presidência não deve ser uma "aspiração pessoal".
"Acho que é muito importante recuperar o que aconteceu em 2018. Diferentemente do governador Doria, eu não fiz campanha casada com Bolsonaro, não manifestei apoio ao candidato. Em nenhum momento misturei o meu sobrenome ao dele. Pelo contrário, me manifestei como eleitor entre duas alternativas, para que logo depois de tantos escândalos de corrupção não houvesse o retorno ao poder do PT", disse.
Para ele, é prematuro fazer "qualquer tipo de pacto de não agressão simplesmente para vencer uma candidatura sem saber o que as outras vão defender."
Sobre a possibilidade de participar em uma chapa com o Luciano Huck, Eduardo Leite disse que é importante que novos atores tenham capacidades de gerir, fazer política e de ganhar eleição em um candidato a presidente da República. "Acho que a disposição e a disponibilidade do Luciano são louváveis; bem-vindas. [...] É alguém que tem, até pela função dele, carisma para conquistar votos num processo eleitoral. Agora o carisma que ele tem para o programa se traduzirá em votos? Tudo isso tem que ser avaliado. E passada essa avaliação, a efetiva disposição dele de enfrentar um processo eleitoral. Tomar a decisão de entrar e ver a vida profundamente afetada por essa decisão é outra coisa. Tenho de fato conversado com ele. É alguém com uma genuína vontade de ajudar o país. Todas as conversas que tive com ele foram discutindo projeto e futuro para o Brasil e não projeto e futuro para cada um individualmente, para ele ou para mim, como possíveis candidatos. Presidência da República não se dá por aspiração pessoal apenas", comentou.
"O único caminho para produzir resultado é justamente não desperdiçar energia com conflitos políticos estéreis, que não produzem resultado nenhum. [...] Porque a candidatura de um partido, especialmente como o PSDB, não é para atender aspirações pessoais, mas sim um projeto que o país precisa", finalizou.