'Não tenho condições de explicar atos do 8 de janeiro', diz ex-ministro do GSI
Augusto Heleno presta depoimento à CPMI que investiga o caso nesta terça (26)
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI) Augusto Heleno afirmou nesta terça-feira (26), durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nunca ter tratado sobre política no GSI e que não teria condições de dar explicações sobre os atos do 8 de janeiro.
“Jamais me vali de reuniões ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou políticos partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso, o único ser político do GSI era eu mesmo”, disse Heleno.
“Os demais eram servidores do Estado brasileiro. No dia 31 de dezembro de 2022, à meia-noite, deixei de ser ministro de Estado e não fiz mais contato com servidores do GSI ou da Presidência da República. Portanto, não tenho condições de prestar esclarecimentos sobre os atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023”, completou.
Heleno disse ainda não ter relação com qualquer um dos eventos investigados pela CPI, a partir da data das eleições do segundo turno de 2022.
“Em relação aos atos ocorridos no Brasil do dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições presidenciais, o GSI não tinha nenhuma missão além da proteção do presidente e do vice-presidente da república e de suas respectivas residências e não foi acionado para qualquer missão extraordinária”, afirmou o general.
O pedido para que Heleno preste depoimento faz parte de uma ofensiva da CPMI para ouvir militares ligados a Bolsonaro. O ex-auxiliar do ex-presidente, porém, conseguiu uma decisão favorável do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, para ficar em silêncio, mas resolveu fazer um discurso inicial.