Nordeste apresenta redução da seca, mas Bahia registra aumento do fenômeno, aponta pesquisa
Monitor de Secas atualiza dados sobre a ocorrência em diferentes regiões do Brasil
Foto: Agência Brasil
Entre os meses de abril e maio, o Nordeste apresentou o menor percentual de área com seca e uma condição mais branda desse fenômeno em comparação com outras regiões do país, de acordo com a última atualização do Monitor de Secas. Enquanto o estado do Ceará conseguiu se manter livre da seca, outros seis estados nordestinos, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, enfrentaram apenas a seca fraca nesse período. A Bahia e o Piauí experimentaram tanto a seca fraca quanto a moderada durante maio.
O estudo entre maio e abril mostra um aumento na área total com seca na Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Por outro lado, Alagoas, Pernambuco e Sergipe observaram uma diminuição do fenômeno nesse período. Maranhão e Piauí mantiveram uma área com seca estável, enquanto o Ceará permaneceu livre da seca durante esses dois meses. Esses dados destacam os resultados do Monitor de Secas nos nove estados nordestinos.
No cenário nacional, a última atualização do Monitor de Secas aponta que, em termos de severidade, a seca diminuiu em seis estados entre abril e maio: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia. Por outro lado, a Bahia, Minas Gerais e o Pará enfrentaram um aumento na intensidade do fenômeno durante esse período. Em 14 unidades da Federação, a severidade da seca se manteve estável, enquanto Ceará e Paraná continuaram livres do fenômeno entre março e maio.
Sete unidades da Federação mantiveram suas áreas com seca estáveis em maio, enquanto Ceará e Paraná não registraram o fenômeno durante os dois meses. No mês de maio, o Distrito Federal e o Rio Grande do Sul foram as duas unidades da Federação que registraram seca em 100% de seus territórios. Em outras regiões do país, os percentuais variaram de 0% a 87%.
Com base na extensão territorial de cada estado, o Mato Grosso liderou a área total com seca em maio, seguido por Minas Gerais, Bahia, Amazonas e Pará. No período entre abril e maio, a área com o fenômeno reduziu de 3,68 milhões de quilômetros quadrados para 3,61 milhões de km², representando 42% do território brasileiro.
O Monitor de Secas é uma ferramenta desenvolvida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em conjunto com instituições estaduais e federais, com o objetivo de acompanhar e avaliar a severidade das secas no Brasil. Utilizando indicadores e impactos de curto e longo prazo, o Monitor auxilia no planejamento e execução de políticas públicas de combate à seca. O projeto abrange todas as regiões do Brasil e está em expansão para incluir todas as unidades da Federação até o final de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada em modelos de acompanhamento de secas utilizados nos Estados Unidos e no México. O projeto conta com a colaboração dos estados participantes e instituições parceiras, que desempenham diferentes papéis na elaboração do Mapa do Monitor. A ferramenta permite comparar a evolução das secas em todos os estados brasileiros a cada mês. O acesso ao Monitor de Secas pode ser feito por meio do site ou pelo aplicativo disponível para dispositivos móveis.