Nova paralisação de médicos peritos do INSS pode atrasar até 50 mil perícias
Ato, programado para esta terça (8), exige recomposição salarial de 19,99%
Foto: Agência Brasil
Médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) organizaram uma paralisação nacional para esta terça-feira (8) e quarta-feira (9). Dados da Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP) apontam que no último protesto realizado pela categoria, em 31 de janeiro, 25 mil perícias foram afetadas. Agora, estima-se que esse número pode chegar a 50 mil.
Em documento enviado ao ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, os médicos peritos exigem uma recomposição salarial de 19,99%. Além disso, os profissionais pedem a fixação do número máximo de 12 atendimentos presenciais como meta diária e a realização imediata de concurso público. “Apesar das promessas feitas pelo ministro de Estado, nenhuma ação foi tomada pela autoridade máxima do órgão e a situação caótica que assolava a categoria não apenas se manteve, como foi profundamente agravada”, diz um trecho da nota da entidade, que faz referência a uma reunião com Lorenzoni em 24 de agosto de 2021.
A mobilização da categoria ocorre após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), vetar no orçamento quase um terço (R$ 1,005 bilhão) dos gastos discricionários que o ministro Onyx Lorenzoni teria para este ano. Com isso, restaram R$ 2,035 bilhões. Dentro do ministério, o INSS foi a unidade mais afetada, com a perda de R$ 988 milhões que seriam usados na administração, gestão e processamento de dados.
Neste ano, segundo a ANMP, foram enviados três pedidos de audiências com o ministro, que não foram atendidos. Dessa forma, a entidade afirma que pode haver a deflagração de uma greve geral dos médicos peritos do INSS no país caso o diálogo com o governo não avance.