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Novas regras do STF dificultam acesso à remédios para doenças raras no Brasil

Medicamentos que não estão na lista do SUS não poderão ser obtidos, de forma imediata, por via liminar

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Novas regras do STF dificultam acesso à remédios para doenças raras no Brasil

Foto: Reprodução

Com a oferta de terapias caras, que ainda não passaram a ser fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a única possibilidade do cidadão receber uma medicação indisponível na rede pública é pelas vias judiciais —  e que ainda assim pode não funcionar, já que a conta vai diretamente para o Estado. No entanto, com o objetivo tornar o processo mais racional, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu novas regras para o processo de buscar na Justiça tratamentos de saúde. As informações foram publicadas na revista VEJA. 

Com a decisão, não será mais permitido conseguir, de forma imediata (via liminar), medicamentos que não estão na lista do SUS. Porém, isso não encerra o debate, especialmente para pacientes com doenças raras e complexas, já que ainda será possível pedir esses medicamentos na Justiça, mas seguindo critérios mais rigorosos.

Recém aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a dose única de uma nova droga para crianças com distrofia muscular de Duchenne custa R$ 17 milhões. O número de pedidos nos tribunais registrou, em 2020, 21 mil processos que saltou para 61 mil neste ano. 

No entendimento dos ministros do STF, além dos impactos econômicos, o movimentou desencadeou uma sobrecarga para os magistrados e repercussões sociais, considerando que as decisões individuais poderiam ser ampliadas para o acesso universal. 

Conforme os dados financeiros do Ministério da Saúde, para atender às liminares, houve um repasse de R$ 1,8 bilhão em 2022, R$ 2,2 bilhões em 2023 e R$ 1,9 bilhão até setembro deste ano. Em nota à revista, a pasta reconheceu a importância da judicialização, mas destacou o baque no orçamento. 

"A judicialização tem gerado o deslocamento de grandes recursos voltados a políticas amplas de acesso muitas vezes para terapias sem benefícios clínicos ou segurança comprovados”, afirma.

Em maio, o Ministério da Saúde, a pedido do ministro do STF, Gilmar Mendes, entregou uma proposta sobre judicialização em saúde, elaborada em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O acordo se baseia na preservação dos princípios da saúde coletiva e, entre outros pontos, a proposta define percentuais relativos ao ressarcimento pela União em demandas judiciais.

Na época, as regras foram celebradas pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que classificou a decisão da Suprema Corte como “um marco para o Brasil e o SUS”.  

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