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Saúde

Novembro Azul: 'O exame de toque retal é parte de um processo preventivo que pode fazer diferença no tratamento', diz urologista

O preconceito ainda é a principal barreira para o diagnóstico precoce da doença

Por Emilly Lima
Ás

Atualizado
Novembro Azul: 'O exame de toque retal é parte de um processo preventivo que pode fazer diferença no tratamento', diz urologista

Foto: Freepik

O câncer de próstata é segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma, e o preconceito ainda é a principal barreira para o diagnóstico precoce da doença que, no último ano matou, em média, 47 homens por dia no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O exame de toque retal é fundamental para detectar alterações na próstata. 

Médico urologista do Itaigara Memorial, Dr. João Estrela explica ao Farol da Bahia que o preconceito em relação ao exame de toque retal é um dos grandes desafios para o diagnóstico. "É um exame rápido e simples, que dura poucos segundos e pode salvar vidas. Muitos homens têm receio ou sentem desconforto por preconceitos ou falta de informação, mas é fundamental entender que é uma parte importante dos cuidados com a saúde, explica o especialista. 

O urologista ainda destaca que é através do toque retal que o médico consegue sentir as alterações na próstata, o que o exame de PSA, de forma isolada, não detectaria. "Explicar para os homens que o exame é parte de um processo preventivo e que pode fazer a diferença entre um tratamento mais leve e uma doença avançada ajuda a desmistificar o toque. O exame é apenas mais uma ferramenta para garantir uma vida mais longa e saudável", disse. 

E é para quebrar esse medo e preconceito que a campanha do Novembro Azul tem o objetivo de conscientizar sobre o câncer de próstata e incentivar os homens a cuidarem da saúde, prevenindo e diagnosticando a doença preventivamente. A recomendação da SBU é que os homens façam o exame de PSA e o toque retal anualmente. 

"Um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de exercícios, ajuda a diminuir o risco. Embora esses hábitos não previnam diretamente o câncer, eles ajudam na saúde geral e podem influenciar positivamente a resposta do corpo a doenças", orienta o médico urologista. 

No entanto, há outros fatores de risco que também podem influenciar a doença. A maioria dos casos, por exemplo, ocorre em homens acima dos 50 anos. Além disso, os pacientes devem se atentar ao histórico familiar e a raça. Homens negros têm maior risco de desenvolver a doença, comparado aos homens brancos. 

"De modo geral, homens a partir dos 50 anos devem iniciar o rastreamento anual para o câncer de próstata. Para aqueles com maior risco, como os homens negros ou aqueles com histórico familiar de câncer de próstata, o acompanhamento deve começar aos 45 anos. Esse rastreamento precoce ajuda a identificar qualquer alteração na próstata antes que a doença se desenvolva e permite um tratamento mais eficaz", explica o especialista. 

O câncer de próstata em fase inicial geralmente não apresenta sintomas, o que torna o exame de toque ainda mais essencial para o rastreamento da doença. Contudo, alguns sinais podem ser notados conforme o avanço do câncer:

- Dificuldade para urinar ou necessidade de urinar com frequência, principalmente à noite.
- Sensação de que a bexiga não esvaziou completamente.
- Dor ao urinar ou ejacular.
- Presença de sangue na urina ou no sêmen.

"Esses sintomas não significam necessariamente que é câncer, mas são um alerta para procurar um urologista. Quanto mais cedo o problema for identificado, maior a chance de tratamento eficaz", conclui o Dr. João Estrela. 

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