Política

Número 3 da PF ganha cargo político em comitê da Petrobras

O policial ocupou cargos em Minas Gerais, estado pelo qual o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concorreu ao Senado nas eleições de 2022

Por FolhaPress
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Número 3 da PF ganha cargo político em comitê da Petrobras

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras nomeou para o Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (CSMS) da estatal o número três da PF (Polícia Federal), Rodrigo de Melo Teixeira.

A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela reportagem.

O policial ocupou cargos em Minas Gerais, estado pelo qual o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concorreu ao Senado nas eleições de 2022.

No estado, Teixeira foi secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais durante o governo do petista Fernando Pimentel, entre 2015 e 2018.

Em 2018, assumiu a superintendência da PF no estado. Ele estava no cargo quando o ex-presidente Jair Bolsonaro levou uma facada durante evento político em Juiz de Fora (MG) e comandou a regional mineira durante as investigações do atentado. As informações são de seu currículo oficial.

Teixeira também foi Secretário Municipal na Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção de Belo Horizonte, cidade comandada na época pelo ex-prefeito Alexandre Kalil, aliado do ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. A chapa do PSD em Minas Gerais em 2022 tinha Kalil como governador.

Pelo cargo na Petrobras, Teixeira recebe R$ 6.900 por mês, de acordo com a página de Transparência da estatal.

"Como toda indicação para integração dos comitês da companhia, o nome de Rodrigo Teixeira passou por análises criteriosas de cumprimento de requisitos de integridade e requisitos legais de experiência, que levam em conta as características específicas do Comitê", disse, em nota, a estatal.

A Folha de S.Paulo revelou que governo e sindicatos ampliaram a presença na gestão da Petrobras sob Magda Chambriard.

Na época, a Folha de S.Paulo listou 17 trocas em gerências-executivas, cargo que fica logo abaixo da diretoria e é o último degrau técnico na hierarquia da estatal. Nesse processo, assumiram quatro pessoas de fora da estatal, sendo três ligadas à FUP (Federação Única dos Petroleiros) e uma ao PT. As outras gerências foram ocupadas por profissionais da própria empresa.

Eduardo Costa Pinto assumiu gerência-executiva na área de Exploração e Produção, enquanto William Nozaki e Rodrigo Leão ocuparam o cargo na diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade.

Eles são egressos do Ineep (Instituto Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), criado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) para fomentar pesquisas sobre o setor.

O gerente-executivo ligado ao PT é Wellington Cesar Silva, que era assessor jurídico da Casa Civil e assumiu recentemente como advogado-geral da Petrobras.

Na época, a Petrobras disse que a renovação é natural após a troca no comando, com a chegada da presidente Magda Chambriard e de três novos diretores, e que todos os indicados passaram pelo crivo dos controles internos de governança.

Chambriard assumiu o comando da estatal após o longo processo de fritura do presidente anterior, o ex-senador pelo PT Jean Paul Prates. A substituição de Prates ganhou força após sua abstenção em votação sobre dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023. A companhia perdeu R$ 55,7 bilhões em três dias depois da demissão do ex-presidente.

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