Número de mortes infantis indígenas teve aumento de 35% no período de 2019 a 2022, aponta relatório
Segundo dados do Cimi, crianças de zero a 4 anos são as principais vítimas
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O relatório "Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil", divulgado na última quarta-feira (26), pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), revelou um aumento de 35% no número de mortes indígenas infantis. Os dados, que abrangem o período de 2019 a 2022, destacam mortes de crianças de zero a 4 anos e foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação, junto à Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde.
Ao todo, foram registradas 3.552 mortes nessa faixa etária durante o período analisado, em comparação com 2.627 ocorridas durante a gestão Dilma Rousseff-Michel Temer (2015-2018). Do total de mortes nos últimos quatro anos, pelo menos 1.504 foram considerados evitáveis, o que aponta para graves questões de saúde e assistência aos indígenas.
Entre as principais causas de morte destacadas no relatório estão 559 mortes causadas por influenza e pneumonia, 218 por diarreia, gastroenterite ou doenças infecciosas intestinais, 165 por desnutrição e anemias nutricionais, 115 por transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos do período perinatal, e 104 por infecções específicas do período perinatal.
Os estados localizados na Amazônia Legal lideram em número de mortes infantis indígenas, concentrando 83% do total de mortes de crianças de zero a 4 anos na região. O relatório não traz comparação com gestões anteriores, mas evidencia a urgência de medidas efetivas para melhorar as condições de saúde e bem-estar das comunidades indígenas no país.