Número de mulheres pré-candidatas a governos estaduais recua para 14% em 2022
Pesquisa revela que falta apoio partidário e de informações para inserir a mulher na política
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Observatório Nacional da Mulher na Política, da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, já havia relatado, em 2021, a baixa representatividade da mulher na política, ocupando cerca de 15% de espaço no Parlamento brasileiro. Esse número deve continuar em queda.
As mulheres são apenas 1 em cada 7 pré-candidatos a governos estaduais, número inferior ao registrado nas eleições de 2018, mostra um levantamento da Folha de São Paulo. Até o momento, somente 22 mulheres se lançaram pré-candidatas a governos estaduais entre 161 nomes, o equivalente a 14%.
Em 2018, esse número era de 15%, com 30 candidaturas femininas. No mesmo ano, foi determinado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que 30% do fundo público deveria ser destinado para candidaturas femininas, assim como chapas dirigidas por homens, mas que possuem mulheres como vice.
Ainda com base na pesquisa da Folha, “apenas 14 das 27 unidades da federação terão mulheres como candidatas a governadoras”. Poucas delas serão prioridade dos respectivos partidos. No Brasil, apenas seis estados elegeram mulheres governadoras: Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima.
Em 2021, uma pesquisa realizada pelo Instituto Justiça de Saia revelou que as mulheres brasileiras gostam e estão dispostas a participar de forma mais ativa na política. No entanto, falta apoio partidário e de informações para encaminhar o movimento.
Segundo o estudo, 89% das mulheres não se sentem representadas por homens na política e, para 95,4%, a participação feminina na tomada de decisões públicas não é suficiente.
Neste ano, entre os partidos que devem lançar candidatas mulheres a governadoras, estão: PSOL, PDT, PT, MDB, PSDB, PSB, União Brasil, Solidariedade, PMB e PCB, sendo o PSOL o recordista em pré-candidaturas femininas.