O alerta da variante Lambda
Confira o nosso editorial deste sábado (7)
Foto: Reprodução
A pandemia da Covid-19 ainda é uma realidade latente, mesmo com tamanhas flexibilizações de municípios e estados, desde as mais cautelosas até as brandas em demasia. A disseminação e estragos da variante Delta, anteriormente popularizada como variante indiana, escancaram o momento de se persistir nas medidas sanitárias e acelerar com a vacinação.
Em paralelo, um tanto despercebida nos últimos meses, começa a ganhar noticiários e ligar o sinal de alerta de órgãos e cientistas: a variante Lambda, aliás, responsável por muitas novas infecções no Peru.
Mas ela não é nova – foi detectada pela primeira vez em agosto de 2020 no Peru e, na sequencia, se espalhou para 29 países, principalmente na América Latina e Caribe. Além disso, desde janeiro deste ano, também já circula forte nos Estados Unidos.
Um editorial publicado na revista britânica Lancet no último dia 10 de julho apontava que a Lambda era, à época, responsável por 80% dos casos de Covid-19 no Peru, e ainda pode ser uma ameaça à dominância da variante Gama (ou brasileira) observada no Brasil e em outros países sul-americanos, talvez até à Delta.
E não à toa a Lambda passou a ser considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 14 de junho, como variante de interesse. Variantes de interesse são aquelas que apresentam mutações que sabidamente ou presumivelmente afetam transmissibilidade, virulência, capacidade de evasão de imunidade por infecção prévia pelo SARS-CoV-2 ou por vacina contra Covid-19, ou podem não ser detectadas por testes diagnósticos.
A quantidade mínima de estudos da Lambda é um evidente sinal de que novas situações críticas na pandemia são hipóteses consideráveis, ou seja, é preciso redobrar o cuidado ao ‘se jogar’ em brechas de flexibilizações da luta contra a Covid-19.