Odebrecht e Gradin assinam acordo que encerra briga de quase uma década
Após acordo, briga com os Gradin virou crédito dentro da recuperação judicial, em valor não revelado
Foto: Agência Brasil
As famílias Odebrecht e Gradin assinaram na quinta-feira (24), um acordo para pacificar as relações e encerrar uma briga que começou em 2011 e é relativa à participação de pouco mais de 20% que os Gradin detinham na Odebrecht. Após uma discussão privada, foi encerrado um dos maiores litígios empresariais do país.
Na época em que a disputa corria solta, muito antes de a Operação Lava-Jato alcançar o conglomerado, os herdeiros de Victor Gradin presidiam a Braskem e a Odebrecht Óleo e Gás, atual Ocyan. O conglomerado estava perto do auge, alcançado em 2014, quando empregava mais de 180.000 pessoas e registrou uma receita superior a 100 bilhões de reais. Com isso, os Gradin passaram a pedir 3 bilhões de dólares em 2012 por sua participação no negócio e um laudo contratado do Credit Suisse, pela Odebrecht, apontava que o valor das ações seria, no máximo, de 1,5 bilhão de dólares. Após a falta de acordo, a briga se estendeu e se espalhou ao ponto em que não se sabia mais se os Gradin eram credores ou ainda acionistas de ODBInv.
Quando Marcelo Odebrecht disse ter direito de comprar e obrigar a venda, os Gradin se recusaram. Quando, mais à frente, afirmaram ter solicitado a venda, a Odebrecht disse que não aceitaria. Em 2018, um acordo entre as famílias esteve próximo de ser concluído.
Em comunicado interno divulgado na quinta-feira (24), o diretor-presidente da Odebrecht S/A, Ruy Sampaio, enviou a seguinte mensagem: "A Graal Participações S.A., empresa controlada pela família Gradin, a Kieppe Participações e Administração Ltda. e a Odbinv S.A., empresas do Grupo Odebrecht, assinaram hoje, 24/09/2020, com a interveniência da Odebrecht S.A., um acordo para encerrar todos os litígios e disputas existentes entre si." Na nota aos funcionários, Sampaio dizia que "esta pacificação é significativa e fundamental, por encerrar conflitos de muitos anos e por permitir que essas empresas possam se concentrar nos seus negócios e operações".