Odebrecht: procurador diz que Toffoli ignorou documento que já estava no processo
Ministro do STF anulou provas do acordo de leniência da empresa
Foto: Divulgação/ANPR
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, afirmou ao jornal Estado de S. Paulo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ignorou documentos que já estavam nos autos do processo ao anular provas do acordo de leniência da Odebrecht.
Segundo Cazetta, as informações de que procuradores da Lava Jato solicitaram em 2016 um acordo de cooperação internacional para saber sobre o possível pagamento de propina pela Odebrecht no exterior já estavam no processo.
Esses dados, de acordo com ele, não seriam do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão do Ministério da Justiça responsável pelo assunto, mas da corregedoria do Ministério Público Federal (MPF).
“A informação [sobre a cooperação Brasil e Suíça], já estava no processo. Não vinda do DRCI, mas vinda da corregedoria do MPF. Já estava na Reclamação 43.007. Isso já era conhecido, esses documentos estavam ali, juntados [aos autos]. O que veio agora é a confirmação pelo DRCI de que de fato tramitou por lá o pedido de cooperação”, disse Cazetta.