Olimpíadas: atleta refugiada é desclassificada por mensagem política

A atleta refugiada, Manizha Talash, foi desqualificada da competição de breaking B-Girl da Olimpíada por usar uma capa com as palavras "Mulheres Afegãs Livres" durante a batalha nesta sexta-feira (10).

A jovem fugiu do Afeganistão depois que o Talibã começou a tomar controle em 2021. Agora, aos 21 anos, está morando na Espanha e representa a Equipe Olímpica de Refugiados nos jogos como B-girl Talash. 

Talash, em sua estreia durante a batalha pré-qualificatória, revelou uma capa azul-bebê estampada com palavras pedindo a emancipação das mulheres afegãs. A capa dizia "Mulheres Afegãs Livres". 

 A World DanceSport Federation, que governa o esporte, emitiu uma declaração mais tarde na sexta dizendo que “a B-Girl TALASH (EOR) foi desqualificada por exibir um slogan político em seu traje durante a batalha pré-qualificatória. Os resultados foram atualizados de acordo.” 

A atleta afirmou, antes que a competição começasse, que não deixou o Afeganistão por medo do Talibã, ou porque não podia viver lá, e sim "porque quero fazer o que puder pelas meninas no Afeganistão, pela minha vida, meu futuro, por todos”, disse ela. 

Segundo as Nações Unidas, o Afeganistão, sob o governo do Talibã, se tornou o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres. O grupo islâmico linha-dura fechou escolas secundárias para meninas, proibiu mulheres de frequentar a universidade, restringiu suas viagens sem um acompanhante masculino e as proibiu de espaços públicos como parques e academias. 

Talash descobriu o breaking assistindo a vídeos nas redes sociais, mas sua capacidade de treinar foi interrompida enquanto procurava um lugar para se estabelecer. Ela se tornou uma das 37 competidoras que representam a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris e tem orgulho de fazê-lo.