OMS informa que enviará suprimentos médicos à Ucrânia
Primeira remessa sairá de Dubai nesta quinta (3), rumo ao país europeu

Foto: Salvatore Di Nolfi/Keystone/AP/Arquivo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que vai enviar nesta quinta-feira (3) o primeiro carregamento de suprimentos médicos à Ucrânia desde o início da invasão da Rússia ao país. Os produtos sairão do centro da organização em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), diretores da OMS afirmaram ter preocupações sobre o transporte da carga e solicitaram aos governos da Ucrânia e da Rússia a garantia de corredores para a circulação dos suprimentos médicos.
Dentre a carga, estarão insumos, medicamentos e equipamentos para cirurgias e emergências que devem atender até 1 mil pessoas. Os produtos incluem material de sutura, aparelhos para amputações, enxertos de pele e outros elementos usados em cirurgias de traumas e necessários ao tratamento dos feridos nos ataques.
“É necessário garantir um corredor para que nossos trabalhadores e fornecedores tenham acesso seguro e contínuo às pessoas necessitadas. Agora que estamos enviando suprimentos, entramos em contato com autoridades para termos acesso”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom.
Já o diretor executivo da OMS, Michael Ryan, destacou que os suprimentos também incluem tubos de oxigênio, insumos fundamentais para o tratamento de pessoas tanto em situações decorrentes da guerra, como também para atender casos graves de Covid-19.
Além disso, Ryan acrescentou que outros suprimentos já foram distribuídos pela OMS ao país, mas afirma haver dificuldades logísticas para transportá-los para hospitais e locais de atendimento, especialmente os situados em áreas mais isoladas.
“Temos um galpão cheio de suprimentos em Kiev, e é necessário que possamos distribuí-los, que possamos fazer tudo para distribuir os suprimentos e deslocar os pacientes, mas, com a situação atual, não sabemos como isso poderá acontecer nos próximos dias”, afirmou Ryan.
As informações de que centros hospitalares e profissionais de saúde também estão sendo atingidos por ataques nas diferentes regiões da Ucrânia preocupou os líderes da OMS.
“Estamos preocupados com aumento de ataques a centros hospitalares e profissionais de saúde. Recebemos relatos, não confirmados, de ataques a centros hospitalares e de um incidente confirmado em que um hospital foi atacado, resultando na morte de quatro pessoas e dez feridos”, ressaltou Tedros Adhanom.
Segundo Adhanom, a OMS liberou US$ 4,9 milhões em investimentos na região até o momento. Ao todo, a previsão é que sejam necessários investimentos de US$ 45 milhões nos próximos três meses e de US$ 12,5 milhões para apoiar países vizinhos da Ucrânia.
De acordo com informações da organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgadas ontem (1º), mais de 600 mil ucranianos deixaram o país na condição de refugiados da guerra, pressionando os serviços de saúde de países vizinhos, como a Polônia.