Onda de overdoses mataram mais de 100 mil pessoas nos EUA em 2023
Escala de epidemia é revelada em novo estudo
Foto: Pixabay
Pela primeira vez, em um único ano, as overdoses mataram mais de 100 mil pessoas no Estados Unidos. Dessas mortes, mais de 66% estavam ligadas ao fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais poderoso que a heroína.
A substância é um produto farmacêutico que pode ser prescrito por médicos para tratar dores intensas. No entanto, a droga também é fabricada e vendida por traficantes.
A maior parte do fentanil ilegal encontrado nos EUA é traficado a partir do México e usa produtos químicos provenientes da China, de acordo com o Drug Enforcement Administration (DEA), órgão federal encarregado da repressão e do controle de narcóticos.
De acordo com o estudo divulgado recém-publicado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), o aumento das mortes relacionadas à droga foi observado pela primeira vez em 2015. E, desde então, o entorpecente se espalhou pelo país e a taxa de mortalidade cresceu de forma acentuada.
"Em 2018, cerca de 80% das overdoses por fentanil aconteceram a leste do rio Mississippi", disse à BBC Chelsea Shover, professora assistente da UCLA e coautora do estudo.
Mas, em 2019, "o fentanil passa a fazer parte do fornecimento de drogas no oeste dos EUA e, de repente, esta população que estava resguardada também ficou exposta, e as taxas de mortalidade começaram a subir", segundo a pesquisadora
Na pesquisa recente, os especialistas alertam para outra tendência crescente: as mortes relacionadas ao consumo de fentanil em conjunto com drogas estimulantes, como a cocaína ou a metanfetamina.
Nos EUA, o estudo identificou que Alasca, Virgínia Ocidental, Rhode Island, Havaí e Califórnia como os estados com as taxas mais elevadas de mortes por overdose em que há mistura de fentanil e estimulantes.