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Opinião: Pelo fim dos Campeonatos Estaduais

Competições registram cada vez menos público e renda aos clubes

Por Gabriel Rezende
Ás

Opinião: Pelo fim dos Campeonatos Estaduais

Foto: Reprodução

O início do ano é um dos períodos mais aguardados pelo torcedor de futebol. Ele espera ansiosamente para voltar a ver o time em campo após uma um longo período de recesso. Alguns mais entusiasmados tem o prazer de ver as respectivas equipes disputarem logo nos primeiros meses competições de alto nível como, Libertadores, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Copa Sul-Americana, mas sem dúvida, são poucos que escolhem ligar a TV ou ir ao estádio e assistir uma partida de Campeonato Estadual.

Como posso afirmar que o Estadual é uma competição que respira com ajuda de aparelhos? Basta olhar as arquibancadas. A cada ano que passa, é cada vez mais visível a pouca presença de torcedores. Ao final das partidas, quando o público final é divulgado, há médias de 5.000 a 8.000 torcedores. Aí que vem o questionamento, para que os clubes se apegam a jogar essas competições nada rentáveis e que não possuem mais interesse do torcedor? O prejuízo técnico, financeiro e principalmente moral pode e deveria ser evitado.

Em um levantamento realizado pelo site Globoesporte.com, está comprovado que o Campeonato Baiano de 2020 é o segundo pior em média de público, atrás apenas do goiano. Há outros dados negativos que acompanham a competição, como o menos rentável, apresentando renda bruta de R$ 26.481, mesmo com o ticket médio sendo o mais barato entre todos os estaduais, somente R$ 12. E cá entre nós, há até justificativa para falta de interesse.

Falo por mim, quando afirmo que não suporto mais ligar a televisão e assistir uma partida entre Atlético de Alagoinhas e Juazeirense, por exemplo. O nível técnico é muito baixo. Com todo respeito as duas equipes, mas o torcedor apaixonado, aquele que preza e gosta do bom futebol, não pode estar sujeito a assistir esse tipo de partida.

São quatro meses desses campeonatos fracos, que só prendem realmente a atenção do torcedor quando está próximo de chegar as fases finais, e há possibilidade de levantar uma taça. Os clubes com dificuldades financeiras, muitas vezes reféns da renda dos direitos de transmissão da TV e das bilheterias, ficam sujeitos a jogar esses tipos de partidas, mas porque não buscar outra solução?

Não deve ser complicado se juntar com equipes de outros estados e realizar campeonatos, ligas e copas que atraiam mais o interesse do torcedor e também sejam mais rentáveis. A exemplo da própria Copa do Nordeste, ou a Primeira Liga, competição organizada por equipes como Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Grêmio, que chegou a alcançar em 2017, público e renda similar a do Campeonato Brasileiro de 2016.

O Campeonato Estadual já foi uma competição de grande apreço tanto dos clubes, quanto dos torcedores. Há finais que ficaram na memória, jogos marcantes que são lembrados até hoje, e motivo de grandes festas nas arquibancadas. Hoje é uma competição que os clubes aparentam jogar como se fossem obrigadas, algumas, inclusive, usam como torneio de pré-temporada na intenção de descobrir novos talentos, que possam dar retornos financeiros no futuro. Pelo que já foi um dia e para não manchar ainda mais a reputação, os estaduais deveriam acabar, o quanto antes.

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