Pandemia afeta venda de chocolates, pescados e hotelaria no período da Páscoa
Celebração vai ocorrer, pelo 2º ano, em meio às restrições contra Covid-19
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Com as restrições no combate à Covid-19 adotado pelos estados e municípios que limitam a circulação de pessoas e o funcionamento de estabelecimentos, comerciantes buscam outros meios de incrementar as vendas e faturar durante a Semana Santa. Na tradição, a data impulsiona não só a venda de chocolates, mas também de pescados e turismo, já que sexta-feira é feriado.
No entanto, pelo segundo ano, a celebração ocorre em meio à pandemia, o que afeta as cerimônias religiosas e as atividades comerciais.
Em nota à Agência Brasil, o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, afirmou que a retração nas vendas deste ano se deve não só às restrições de funcionamento do comércio, mas também ao fato de que parte da população viu sua renda cair em um momento em que a desvalorização do real frente ao dólar encareceu a importação de alguns produtos típicos. Segundo a confederação, a quantidade de chocolates importada (2,9 mil toneladas) é a menor desde 2013. A de bacalhau (2,26 mil toneladas), a mais baixa desde 2009.
Também em entrevista à agência, o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, afirma que os produtores de peixes cultivados (piscicultores), cujos principais clientes são os supermercados (autorizados a funcionar mesmo onde o lockdown foi adotado), as boas expectativas já se concretizaram.
“Os supermercados não estão sofrendo grandes restrições. Pelo contrário. Estão vendendo muito bem. E, ao contrário da indústria pesqueira marítima, afetada pela pandemia, a piscicultura também não parou. Mantivemos a regularidade, entregando aos compradores as quantidades previamente estabelecidas em contratos e sem aumento nos preços”, comentou Medeiros.
Nesse período, o setor hoteleiro também é o mais procurado por causa do feriado, mas com a pandemia se tornou o mais afetado dos três seguimentos. Segundo o presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares, a taxa de ocupação dos hotéis de todo o país não deve chegar a 10%, agravando a crise decorrente da pandemia.
"A hotelaria está preparada para receber os hóspedes, adotando todos os protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias, mas com parques, restaurantes e outras atrações fechadas em quase todo o país. A situação está muito difícil. Só em São Paulo, 27 hotéis já fecharam as portas, demitiram funcionários e os responsáveis estão decidindo o que fazer com os imóveis", disse Linhares.
Para ele, o setor precisa de uma iniciativa semelhante à medida que permitiu acordos de redução temporária de jornada de trabalho e salários ou a suspensão de contratos trabalhistas até 31 de dezembro do ano passado.