Editorial

Para aplacar a evasão escolar

Confira noss editorial desta terça-feira (14)

Por Erick Tedesco
Ás

Para aplacar a evasão escolar

Foto: Divulgação

Dados referente à educação nos níveis fundamental e médio no Brasil, a cada ano mais catastróficos, escancaram a ineficácia da estrutura e dinâmica das políticas públicas voltadas à área. Existir elas existem, mas é evidente que não encontram legitimação junto às crianças e adolescentes, principalmente de famílias de baixa renda ou de regiões periféricas do país, para mantê-los nas escolas ou sequer motivá-los a encarar o ensino como um elemento construtivo de um futuro mais seguro. 

Os dados da Síntese de Indicadores Sociais 2019, um levantamento do fim do ano passado divulgado pelo IBGE com números referentes à 2018, mostram que a evasão escolar entre jovens mais pobres atingiu 11,8%. Esse percentual é oito vezes maior que o dos jovens mais ricos (1,4%). No país, cerca de 737 mil pessoas nessa faixa de idade estavam nessa situação no ano passado.

As regiões Norte e Nordeste amargam números incômodos. Com um percentual de 7,6% para o país, a evasão dos adolescentes atingia 9,2% no Norte e Nordeste e era menor no Sudeste (6%) - tudo isso em 2018. O fenômeno era maior na zona rural (11,5%) do que na urbana (6,8%), entre homens (8,1%) do que mulheres (7%) e era maior entre pretos ou pardos (8,4%) do que brancos (6,1%).

É fato que a redução das desigualdades educacionais depende, além de modernas e sólidas políticas educacionais, de uma junção de várias políticas sociais, incluindo uma ainda inédia remodelação das práticas de ensino e estrutura das escolas públicas, algo que rompa com o modelo atual e apresente algo novo ao alunado. 

A ruptura, neste caso, é fundamental para salvar uma educação inegavelmente em ruínas, cujos problemas, é óbvio, vão muito além da evasão escolar, e passa por índices de criminalidade, racismo, analfabetismo no ensino infantil, ausência paterna em casa etc. 

Uma interessante política pública seria se enveredar por estes meandros problemáticos por meio da educação, já ciente de que se trata de um remédio a longo prazo e que requer muito de toda a cadeia de pessoas envolvidas.

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