Pazuello diz que Bolsonaro lhe pediu apuração da Covaxin, mas sem registro
Declaração foi dada durante depoimento à PF
Foto: Agência Brasil
Os dois depoimentos que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deu nesta quinta-feira (29) à Polícia Federal foram divulgados pela CNN. No caso das acusações de que o presidente Jair Bolsonaro prevaricou ao receber a denúncia do deputado federal Luís Miranda de que havia irregularidades no contrato para a aquisição das vacinas Covaxin, Pazuello disse que recebeu o pedido de Bolsonaro para apurar de maneira informal.
"QUE o Presidente da República, pessoalmente, no Palácio do Planalto, solicitou ao declarante que averiguasse se estava ocorrendo alguma irregularidade com o contrato de aquisição da vacina Covaxin; QUE recebeu esse pedido pessoalmente, e de maneira verbal; QUE não se recorda se este pedido do Presidente da República foi feito no dia 22 ou no dia 23/03/2021; QUE não sabe se solicitou no dia 22 ou 23/03/2021, solicitou ao ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que verificasse o contrato", diz um trecho do depoimento.
De acordo com ele, o pedido para Élcio Franco, acusado de ser responsável pelos contratos na compra de vacinas, não tem comprovação. "QUE essa solicitação também foi verbal e pessoalmente; QUE o panorama, à época, não era de um ambiente de gravidade em relação a esse fato específico envolvendo o contrato da Covaxin." Elcio, depois, lhe deu o retorno dizendo não haver irregularidades. "QUE recebeu, não se recordando da data, um retorno do ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, dizendo que havia feito uma apuração e não constatou qualquer irregularidade no contrato."
Por outro lado, ele diz não saber como a apuração foi feita. "QUE não sabe qual foi o tipo de apuração que ele realizou, nem se outras pessoas participaram dessa apuração."