Pela vida na pós-pandemia
Confira o editorial deste domingo (20)

Foto: Arquivo/Agência Brasil
O Dia Internacional dos Migrantes, lembrado na última sexta-feira (18), este ano tem uma conotação extra: o papel desempenhado por eles na luta contra a covid-19 e um alerta para que estas pessoas não sejam esquecidas na pós-pandemia.
Em 2019, os migrantes foram declarados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) como os “campeões da resiliência em tempos difíceis”, sem prever que eles, aliás, toda a humanidade, enfrentaria um ano enigmático e pavoroso.
Isto é, são duas situações dramáticas para esta população: o trânsito em busca de sobrevivência de um lugar para o outro, sempre sujeita a violência e abusos por preconceito e xenofobismo, e o abandono, a marginalidade em tempos que se clama por solidariedade e união dos povos, independente da raça ou credo.
O fenômeno da migração vem crescendo em todo o mundo, nem mesmo a pandemia interrompeu – é a luta pela vida em essência. Segundo a ONU, existem mais de 272 milhões de pessoas reconstruindo suas vidas longe de suas origens. São indivíduos, famílias ou grupos que atravessam países, regiões e continentes, levando consigo oportunidades e desafios relativos ao desenvolvimento e à sua integração local.
E o Brasil está, sim, no debate global sobre migrações. O país possui uma legislação considerada avançada e políticas públicas que promovem os direitos e a inclusão socioeconômica dos imigrantes no país, repudiando todas as formas de discriminação.
A resposta brasileira ao fluxo migratório venezuelano, por exemplo, conhecida como “Operação Acolhida”, tem sido elogiada e considerada pela ONU uma boa prática a ser disseminada e replicada em outras situações emergenciais voltadas à população migrante no mundo.
Mas é preciso que a população contribua mais, permita que os migrantes dinamizem economias, em prol de sociedades mais inclusivas e resilientes