Pernambuco registra casos de Candida auris, fungo resistente a medicamentos antifúngicos
Estado intensifica medidas de controle para conter a propagação do superfungo
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Três casos confirmados do fungo Candida auris foram notificados no estado de Pernambuco, gerando alerta de saúde em todo o mundo devido à resistência do microrganismo aos principais medicamentos antifúngicos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os pacientes infectados são dois homens internados no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e uma pessoa atendida no hospital Tricentenário, em Olinda.
Os dois primeiros casos são de homens, com idades de 48 e 77 anos, que foram internados por outras condições de saúde e não apresentaram sintomas clínicos relacionados à infecção pelo fungo. O terceiro paciente, um homem de 66 anos, recebeu o diagnóstico em 22 de maio e está sendo acompanhado em um hospital privado no Recife.
A secretária estadual de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti, ressaltou que a pasta está adotando medidas preventivas e monitorando todas as suspeitas de infecção pelo fungo. Um comitê composto por diversas entidades científicas foi criado para acompanhar de perto cada caso e garantir a segurança da população. A secretaria permanece vigilante para evitar novas ocorrências.
No período entre dezembro de 2021 e setembro de 2022, Pernambuco registrou 47 casos de Candida auris, tratados no Hospital da Restauração. Após esse episódio, a secretaria de Saúde tem monitorado a unidade nos últimos oito meses, e não foram registrados novos casos de colonização pelo fungo entre os pacientes e nas instalações hospitalares. Além disso, nenhum óbito foi associado ao fungo, de acordo com informações divulgadas pela secretaria.
O superfungo
Candida auris, conhecido como superfungo, representa uma séria ameaça à saúde global. O primeiro caso no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, Bahia. O fungo apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida, como fluconazol, anfotericina B e equinocandinas, chegando a 90% de resistência em alguns estudos.
Diferentemente da maioria dos fungos ambientais, o Candida auris é tolerante a altas temperaturas, variando de 37°C a 42°C, e pode sobreviver em condições ambientais adversas por longos períodos, adaptando-se fora do corpo humano. Essas características aumentam o risco de surtos hospitalares, uma vez que a colonização e as infecções podem ter origem em fontes ambientais, como dispositivos médicos contaminados e mãos de profissionais de saúde.
Para prevenir a transmissão e controlar a infecção, são necessárias medidas de higienização das mãos, uso adequado de equipamentos de proteção individual, precauções adicionais e limpeza e desinfecção minuciosas do ambiente de atendimento ao paciente e de equipamentosreutilizáveis. Pernambuco está intensificando essas medidas de controle a fim de conter a propagação do Candida auris e proteger a saúde da população.