Pessoas negras não são maioria na população brasileira acima dos 60 anos, diz pesquisa
População negra compõe mais de 55% da população brasileira, mas número tende a cair entre pessoas mais velhas

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Atualmente, negros são maioria na população brasileira. Porém, esse cenário muda conforme a faixa etária. Uma pesquisa do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou uma inversão no perfil racial da população acima dos 60 anos.
Segundo dados do IBGE, as mulheres negras corresponderam a 27,8% do total populacional entre os anos de 2012 e 2023, seguidas dos homens negros (27,4%), das mulheres brancas (22,8%) e, por último, dos homens brancos (21,1%).
No entanto, se analisado apenas pessoas com mais de 60 anos, as mulheres brancas assumem a maioria, com 29,4% do total populacional entre os anos de 2012 e 2023. Em seguida aparecem as mulheres negras (25,7%), os homens brancos (22,4%) e os homens negros (21,1%).
A pesquisa aponta que a expectativa de vida de pessoas brancas é maior que a de pessoas negras. Ou seja, pessoas negras morrem mais cedo.
Renda
Entre 2012 e 2023, a porcentagem de pessoas negras em situação de pobreza (que viviam com até R$ 209 mensais) cresceu de 70,5% para 73,5%. Segundo a pesquisa, em média, três em cada quatro negros estavam nessa faixa.
Além disso, mais de 60% da população negra vivia com renda de até um salário mínimo. Em comparação, o percentual entre pessoas brancas caiu para menos de 40%.
Domicílios
A pesquisa também levantou os dados que dizem respeito ao número de pessoas negras por domicílio brasileiro. Segundo o Cedra, em média, a cada 10 domicílios no Brasil:
- 4 eram ocupados somente por pessoas negras.
- 3,5 somente por não negros.
- 2,5, por pessoas negras e não negras.
A maioria dos domicílios tinha homens negros como responsáveis (30,7%), seguida de homens brancos (25,5%), mulheres negras (24%) e mulheres brancas (18,7%).