PF aponta que Cid foi aos EUA para recuperar “Kit de ouro branco”
PF identificou elementos da “operação resgate”
Foto: Reprodução/Facebook
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), segundo inquérito que apura o caso da venda ilícita de joias sauditas, viajou para os Estados Unidos para recuperar um “kit de ouro branco”.
Na investigação, a PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
A investigação apontou, até o momento, que os valores obtidos com essas vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.
Confira o documento da PF sobre a recuperação do “kit de ouro branco”:
As mensagens identificadas no aplicativo WhatsApp do telefone apreendido revelaram que MAURO CESAR CID realizou uma viagem para os Estados Unidos, no dia 27/03/2023, para recuperar o denominado “Kit de ouro branco”, entregue ao ex-Presidente da República JAIR BOLSONARO, quando de sua visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019, que fora vendido (ou estava à venda), em um estabelecimento especializado na cidade de Miami/FL. Cabe ressaltar, que nesta data, MAURO CESAR CID não trouxe o relógio de ouro branco e diamantes, da marca Rolex, que também compunha o referido Kit presenteado ao ex-Presidente pois, conforme já exposto, o relógio foi separado dos demais itens do Kit e encaminhado para a loja Precision Watches na cidade de Willow Grove, no estado americano da Pensilvânia. Até o presente momento da análise parcial dos dados, os diálogos demonstram que a “operação de resgate” envolveu MAURO CID, OSMAR CRIVELATTI e MARCELO CAMARA. No mesmo contexto, MAURO CID sacou a quantia de 35 mil dólares no Banco BB Américas, possivelmente de sua conta bancária, trazendo os recursos em espécie para o Brasil. Ao chegar na cidade de Brasília/DF, possivelmente as joias foram entregues ao Assessor de JAIR BOLSONARO, OSMAR CRIVELATTI, que esperava MAURO CID no aeroporto, e posteriormente devolvidas na Agência da Caixa Econômica Federal.
A PF ainda segue com o processo de indiciar suspeitos de envolvimento com o caso das joias. No último dia 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado por três crimes: associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Ele nega irregularidades.
Mauro Cid e o pai dele, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, entre outras 11 pessoas também foram indiciados.