PF não responde solicitação de Moraes sobre investigação de Elon Musk

O ministro do STF cobra desde 2024 que a Polícia Federal divulgue uma perícia sobre a rede social X

Por Da Redação
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PF não responde solicitação de Moraes sobre investigação de Elon Musk

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicita desde 2024 que a Polícia Federal (PF) divulgue uma perícia sobre a rede social X. A decisão foi estabelecida por ele em setembro do ano passado, como parte da apuração instituída no STF contra o empresário sul-africano Elon Musk.

O que ocorreu

A ordem foi entregue a PF em 9 de setembro do ano passado. A resolução partiu de Moraes, que considerou uma solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que investigadores conferissem as justificativas expostas pela empresa X ao Supremo sobre lives e outras postagens realizadas por perfis bolsonaristas que foram bloqueados por Moraes na apuração sobre milícias digitais em 2024. Até o momento, contudo, não teve uma resposta.

O ministro reiterou a solicitação em novembro de 2024. Em 3 de fevereiro de 2025, o STF transmitiu uma certidão certificando que nenhuma resposta à determinação foi comunicada. Desde então, não teve manifestação da PF enviada para o Supremo no âmbito dessa investigação. Procurada, a PF comunicou que não divulga sobre possíveis investigações em andamento.

Lives de investigados fizeram Moraes exigir que a PF instaurasse um inquérito para investigar Musk em abril de 2024. Ele é formalmente investigado pelas suspeitas de obstrução de Justiça, organização criminosa e incitação ao crime. O intuito da investigação é compreender se o dono da empresa responsável pelo X estaria, de algum modo, agido para autorizar que perfis bloqueados a mando do STF chegasse a driblar o bloqueio.

O empresário, no momento, é membro do governo dos EUA. Com a posse de Donald Trump, o bilionário ficou à frente do cargo de chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos. Mesmo sem ter foro no STF, Musk ainda se encontra como alvo de inquérito na Suprema Corte.

Justificativas do X

A empresa contestou ter prestado ajuda aos perfis bloqueados. Antes de solicitar a perícia da PF, Moraes exigiu esclarecimentos do X no Brasil, visto que as atividades dos perfis bloqueados tinham sido mapeadas pela PF. Em abril de 2024, a companhia contestou ao Supremo que tenha realizado para auxiliar perfis bolsonaristas a driblar o bloqueio estabelecido por Moraes.

A companhia declarou que uma "falha técnica" fez com que alguns perfis conseguissem ser vistos no aplicativo para celular. Ainda, a empresa relatou que perfis publicaram links para lives proporcionadas fora da plataforma e que bolsonaristas utilizaram a plataforma Spaces, de compartilhamento de áudios, para publicar informações utilizando perfis de pessoas que não eram investigadas.

X esclareceu também que, depois de detectar o acontecimento, o Spaces chegou a ser bloqueado no Brasil se por acaso algum dos investigados fale. Depois de conseguir os esclarecimentos, Moraes determinou para os peritos da PF analisarem os argumentos expostos para empresa. 

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