PF realiza operação de combate as fraudes no Fies
Bolsas do Prouni e fraudes relacionadas ao exame Revalida também estão na mira dos policiais
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Foto: Divulgação/Polícia Federal
Na manhã desta terça-feira (3), a Polícia Federal realiza uma operação que investiga um esquema de fraudes na concessão do Financiamento Estudantil do Governo Federal (FIES) e no comércio de vagas e transferências de alunos do exterior, principalmente Paraguai e Bolívia, para o curso de medicina em Fernandópolis, no interior do estado.
Denominada de operação Vagatomia, que ocorre em Jales, também no interior de São Paulo, a ação investiga bolsas do PROUNI e fraudes relacionadas aos cursos de complementação do exame REVALIDA. Segundo a Polícia Federal, nos últimos cinco anos, aproximadamente R$ 500 milhões do FIES e PROUNI foram concedidos de forma fraudulenta.
Cerca de 250 policiais federais cumprem 77 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Jales nas cidades paulistas de Fernandópolis, São Paulo, São José do Rio Preto, Santos, Presidente Prudente, São Bernardo do Campo, Porto Feliz, Meridiano, Murutinga do Sul, São João das Duas Pontes e Água Boa no Mato Grosso.
Dentre os mandados judiciais expedidos estão 11 prisões preventivas, 11 prisões temporárias, 45 ordens de busca e apreensão e 10 medidas cautelares. Além disso, a Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados até o valor de R$ 250 milhões.
Investigações
Durante oito meses de investigações, a PF apurou as informações recebidas e concluiu que o líder da organização criminosa seria o próprio dono da universidade, que também ocupa o cargo de reitor. O empresário, 63 anos, e seu filho, que também é sócio do grupo educacional, não só tinham conhecimento, mas também participavam dos crimes em investigação.
Uma estrutura formada por funcionários e pessoas ligadas à universidade dava condições para que as fraudes fossem realizadas.
Os presos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informações e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.