Planilhas com informações sobre propinas da Odebrecht foram apagadas no MPF
O pedido foi acatado e autorizado pela Justiça Federal no Paraná
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A Justiça Federal no Paraná autorizou um pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF) de apagar os arquivos que contavam com dados de servidores clandestinos que guardavam as informações sobre os pagamentos de propinas por parte da Odebrecht.
De acordo com dados do UOL, a destruição dos documentos ocorreu entre 19 e 20 de maio de 2022, quando "foram iniciados procedimentos de furos em cada um dos 7 HDs de 8TB". Ainda conforme a publicação, os equipamentos foram furados com furadeira de bancada.
Os arquivos faziam parte das principais peças de acusação do MPF contra diversos políticos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para esconder a forma como pagava as propinas, um departamento teria sido criado dentro da empresa e um sistema de informática foi estabelecido. O servidor, no entanto, ficava na Suíça, para se manter distante de uma eventual operação da polícia brasileira.
Em 2019, porém, os procuradores brasileiros obtiveram informações sigilosas da contabilidade paralela da empreiteira quase um ano antes de terem o acesso formal aos dados, conquistado por meio de acordos de delação premiada dos executivos da empresa.
Agora, um documento da própria Justiça Federal, de 2021, revela que a 13ª Vara Federal de Curitiba, em 2021, acatou um pedido do MPF de apagar seu arquivo.
Conforme o argumento do MPF, "o material está ocioso e que ocupa expressiva capacidade de armazenamento em hardware". "Assim, e com o propósito de aproveitar o hardware para outras finalidades, requereu autorização para exclusão, em definitivo, da sua cópia dos sistema da Odebrecht", afirma o despacho, ao explicar o caso.