Plano de produção de petróleo no mundo é mais que o dobro do estabelecido no Acordo de Paris
Queima de fósseis deve estar em 17 bilhões de toneladas de CO2 por ano no fim da década, diz ONU
Foto: Divulgação/Petrobrás
Um relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( Pnuma) lançou hoje, quarta-feira (20), um relatório que afirma que o volume de fósseis fósseis que os países com grandes reservas pretendem produzir até 2030 é mais que o dobro de reservas que o Acordo de Paris contra uma mudança climática acomoda. Entre os países vistos com preocupação está o Brasil, que tem planos ambiciosos de exploração no pré-sal.
O levantamento, intitulado “Relatório sobre a Lacuna de Produção”, mostra que a queima de fósseis deve estar no máximo em 17 bilhões de toneladas de CO2 por ano no fim da década para evitar que o planeta aqueça mais de 1,5 ° C no século. Os grandes produtores, porém, planejam produzir, somados, 36 bilhões de toneladas.
A análise do Pnuma, coordenada pelo Instituto de Ambiente de Estocolmo, destaca os produtores de petróleo, gás e carvão como uma peça importante para quebra-cabeças da negociação.
De acordo com o Acordo de Paris, uma grande oferta de combustível fóssil pressiona a sua aquisição e uso, mesmo com a exportação do produto não sendo penalizada diretamente no tratado. Os cortes de emissão, prometidos no tratado, não salvarão do planeta do aquecimento de 1,5 ° C, mas já consegue barrar as ambições do mercado global de energia. Os produtores de petróleo afirmam que pretendem produzir 10% mais em 2030.
O Pnuma pretende reeditar o relatório sobre uma lacuna de produção periódica, para monitorar e estimular governos a reverem suas políticas. Esta edição é a terceira, a primeira foi realizada em 2019. A nova edição foi publicada a 20 dias do início da COP-26, a conferência do clima de Glasgow, onde os países signatários do Acordo de Acordo Paris continuar a discutir como implementá-lo.