Polícia apura se presença de mulher em mansão configura abandono de incapaz
Margarida Bonetti foi acusada de ter mantido uma funcionária em condições análogas à escravidão
Foto: Reprodução/Instagram/@amulherdacasaabandonada
A Polícia Civil de São Paulo investiga se houve abandono de incapaz de uma mulher em uma mansão com aspecto de abandonada em Higienópolis, área nobre de São Paulo. A presença de Margarida Bonetti no local e suas aparições na janela chamaram a atenção da população e foram tema de um podcast do jornal Folha de S. Paulo.
A "mulher da casa abandonada" foi acusada, nos Estados Unidos, de ter mantido uma funcionária em condições análogas à escravidão entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 2000. Segundo informações da polícia, o filho e a irmã dela serão intimados para prestar depoimento em inquérito que apura se a mulher sofre de algum distúrbio psiquiátrico. No último domingo (3), integrantes do Instituto Luisa Mell, encarregado pela proteção de animais, pularam o muro do imóvel para resgatar dois cães na residência em ação acompanhada pela própria Polícia Civil. "A casa não está somente insalubre, como com um cheiro terrível. E a dona foi embora!", diz publicação do instituto no Instagram.
Há duas décadas Margarida mora em uma mansão que está coberta por "vasta vegetação" e sem saneamento básico, segundo o boletim de ocorrência registrado nesta semana. Ela foi para a residência após deixar os Estados Unidos em meio à investigação que apurou o crime de manter a empregada em condição análoga à escravidão. Condenado em 2001 a seis anos e meio de prisão, o engenheiro brasileiro Renê Bonetti, marido de Margarida, cumpriu pena pelo crime nos Estados Unidos.