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Polícia investiga se carta encontrada dentro de uma mochila foi escrita por Lázaro

Assassino está foragido há 17 dias

Por Da Redação
Ás

Polícia investiga se carta encontrada dentro de uma mochila foi escrita por Lázaro

Foto: Correio Braziliense

Uma moradora do Parque Águas Bonitas, em Águas Lindas de Goiás, entregou à polícia uma mochila que encontrou em casa na manhã desta sexta-feira (25). Além de roupas e cobertores, a polícia também encontrou dentro da mochila uma carta que supostamente teria sido escrita pelo assassino Lázaro Barbosa Sousa, 32 anos. A polícia investiga a autoria dos pertences e da carta, que apresenta erros de português e foi escrita em uma folha arrancada de um caderno. As informações são do Correio Braziliense. 

Logo no começo, o autor saúda o Brasil e se identifica como Lázaro Barbosa Sousa. “Não sei muito escrever [...] [Não] Estou aqui para me justificar, pois nada justifica tamanha crueldade”. Ainda na carta, Lázaro conta que nasceu no interior da Bahia e trabalhava “sofrido” para ganhar R$ 5 por dia. Em outro trecho, ele cita brevemente o irmão, que foi assassinado aos 18 anos, e comenta sobre a “vida no mato”.

Lázaro, que está foragido, é investigado em uma série de crimes, como homicídios, estupros e roubos. Nesta sexta (25), as buscas pelo assassino completaram 17 dias. Na última quinta-feira (24), a polícia prendeu duas pessoas por suspeita de estarem auxiliando na fuga de Lázaro. Eles foram identificados como Elmi Caetano Evangelista, 74 anos, e o caseiro dele, Alain Reis de Santana, 33 anos. 

 Leia a carta

“Olá Brasil. Olá meu eu nesse mundo todo que tem o desprazer de ter eu nele. Sou Lázaro Barbosa de Souza que pela primeira vez escrevo, não como estão falando que eu escrevi isso ou aquilo. Não sei muito escrever pois não terminei a 7ª série direto. Não to aqui para me justificar pois nada justifica tamanha crueldade.

Para começar, você Geraldo, fala disso como papagaio, fala porque ouviu, mas a verdade é outra. Você falou que meu remédio é cadeia (?) 12, é porque você não conhece Deus. Você que fala que eu faço macumba para a PM não me pegar, é um mentiroso e em você não existe verdade.

Eu nasci no interior da Bahia, fui e sou sofrido. Como muitos vivia arrancando toco para ganhar 5 reais por dia, saí da escola para trabalhar. Como muitos, esse aí que se diz meu pai e quer justiça abandonou nós. Graças a Deus pois quando vivia com nós era a pior desgraça. Eu e o meu irmão vivia catando mamona para ele vender e beber cachaça e chegar bêbado quebrando as portas. Eu aprendi a viver no mato porque a minha mãe vivia com nós no mato com medo dele. Com 13 anos saí de casa e vim para o Goiás atrás de uma vida melhor. Ele já tava aqui há muito tempo, pensei que ele poderia ao menos me ajudar, mas ele não fez isso. Me colocou pra fora da casa e falou que não ia aceitar vagabundo."
 

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