Poluição sonora subaquática põe em risco a vida das baleias
Tráfegos como navios são os principais responsáveis pelos barulhos
Foto: Divulgação/Governo Federal
Pesquisadores apontam que os ruídos humanos podem causar sérios impactos na vida oceânica. A chamada poluição sonora subaquática, causada em decorrência do tráfego de navios, por exemplo, é uma ameaça invisível a vida das baleias. As informações são da BBC.
As análises compararam a época após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e o impacto do tráfego de navios na América do Norte. Naquele momento, o ruído subaquático da baía da Fundy, no Canadá, caiu em incríveis seis decibéis, com redução significativa dos sons abaixo de 150 Hz.
A região é frequentada pelas baleias-francas-do-atlântico-norte. A partir disso, cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, estudaram os impactos das águas mais calmas em mamíferos gigantes. Após análise do material fecal em busca de hormônios do estresse, os especialistas apontaram que a redução do ruído oceânico de origem humana estava reduzindo também níveis de estresse, isto porque as baleias utilizam o som para a maioria das atividades, desde a comunicação até a busca por alimento e ambientes seguros.
"O som viaja mais rápido e mais longe na água que no ar e os animais marinhos se aproveitam disso", afirma Lucille Chapuis, ecologista sensorial da Universidade de Exeter, no Reino Unido. "Nos últimos 50 anos, o aumento da navegação fez crescer em 30 vezes o ruído de baixa frequência existente ao longo das principais rotas marítimas", explicou.
O ruído oceânico causado pelos seres humanos vem de uma enorme variedade de fontes podem incluir os sonares militares e o pouso de aeronaves, assim como a construção de fazendas eólicas em alto-mar e pesquisas sísmicas para exploração de petróleo e gás. A fonte de ruídos mais popular são os navios, especificamente suas hélices.
Assim, é produzido um som de baixa frequência com longo alcance e prejudicial as comunicações entre os animais marinhos em uma grande área.
Um outro estudo de 2012 com baleias-azuis apontou que os sons de médio alcance dos sonares dos navios estariam se sobrepondo aos chamados da espécie.
