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Preços altos impedem acesso à internet em 1,8 milhão de domicílios, aponta IBGE

No total, 6,4 milhões de domicílios no Brasil ainda não possuem acesso à internet

Por Da Redação
Ás

Preços altos impedem acesso à internet em 1,8 milhão de domicílios, aponta IBGE

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cerca de 6,4 milhões dos domicílios particulares permanentes do Brasil não contam com acesso à internet. O número representa 8,5% do total registrado (75,3 milhões de domicílios) em todo o país. Os dados são da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

De acordo com o levantamento, cerca de 1,8 milhão de domicílios não utilizam a internet devido ao alto custo do serviço, o que representa 28,8% dos respondentes.

A pesquisa do site Britânico, Cable, revelou que o Brasil possui a 32ª internet móvel mais barata do mundo, com um preço médio de US$ 0,40 (R$ 1,95) por 1 GB de dados, de acordo com os dados coletados entre julho e setembro.

“Considerando o custo do mega no Brasil frente a rankings internacionais, o Brasil está bem posicionado e tem uma das internets mais baratas do mundo. Parece que isso diz mais respeito ao poder aquisitivo, no caso a falta dele, do que em relação ao custo do serviço”, defende o especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, em entrevista à CNN Brasil.

Apesar da existência de planos mais baratos, como um plano de 350 mega por R$ 34,99 ao mês, a disponibilidade e a qualidade da tecnologia ainda evidenciam a disparidade no acesso à internet do país.

Para o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, ainda há um “quadro profundo de desigualdades” quanto à acessibilidade do serviço.

“De fato, questões relacionadas ao custo do serviço fazem com que parcela da população não tenha acesso aos serviços de internet. Vale destacar que o fenômeno é mais recorrente nas unidades da Federação com trabalhadores que recebem os menores rendimentos”, ressalta Mariano.

Conectividade

De acordo com os dados da Pnad Contínua, no Brasil, 91,5% do total de domicílios, o que equivale a 68,9 milhões de residências, possuem acesso à internet. No entanto, 15 unidades federativas estão abaixo da média nacional, incluindo Amazonas (24ª posição com 86,4% de cobertura em domicílios), Alagoas (16ª posição com 89,1% de cobertura) e Maranhão (penúltima posição, com 85,6%).

Respectivamente, também segundo a Pnad, os três estados tiveram as piores remunerações per capita do país em 2022. As rendas médias foram de, respectivamente, R$ 965, R$ 935 e R$ 814.

Além do alto custo, outros motivos para a não utilização da internet no domicílio incluem a falta de necessidade (25,6%) e a falta de conhecimento dos moradores em relação ao uso da tecnologia (32,1%).

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