Prêmio Nobel de Economia diz que taxa de juros do Brasil mata ‘qualquer economia’
Para Joseph Stiglitz, país tem sobrevivido devido à atuação dos bancos públicos
Foto: Benedikt von Loebell/World Economic Forum
O prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, Joseph Stiglitz, disse na última segunda-feira (20), durante discurso em seminário promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que a taxa de juros brasileira é "chocante" e mataria "qualquer economia".
Para o economista, o país só tem sobrevivido a este cenário devido à atuação dos bancos públicos. "A taxa de juros de vocês é de fato chocante. Uma taxa de 13,7%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte", disse.
"E parte da razão disso é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, que tem feito muito com essas taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores", completou.
Stiglitz criticou ainda a condução do Banco Central brasileiro nos últimos anos "Um Banco Central independente e com mandato só para inflação não é o melhor arranjo para o bem estar do país como um todo", afirmou. Em seguida, o economista disse que se o Brasil tivesse política monetária mais razoável, teria tido crescimento bem maior que o registrado nas últimas décadas.