Preservar a infância
Confira nosso editorial deste sábado

O pioneirismo da França em colocar rédias no trabalho da criança youtuber é exemplar, afinal, criança é criança em qualquer parte do mundo e precisa passar este momento da vida atrelada a demandas do lúdico e da inocência.
A lei, aprovada, determina que pais ou empresários de crianças com menos de 16 anos devem cumprir algumas regras trabalhistas, que inclui um determinado tempo para atividades escolares e de lazer, além de depositar a maior parte das receitas em poupança da youtuber infantil.
A França se tornou um dos países com número astronômico de youtuber crianças. Isso significa que pais e empresários estão massivamente explorando um mercado de trabalho com mão de obra infantil e, até então, desregrado, pelo fato de ser um ofício da contemporaneidade, cuja estrutura e reflexos ainda são obscuros e constante alvos de estudos.
Além disso, é preciso, mesmo, pensar no público-alvo destas crianças com seus próprios canais no Youtube: são também crianças, como elas, que gostam de brinquedos, precisam de materiais escolares, assistem desenhos e muitos com acesso fácil à internet.
É um público que, devido à inocência e aquele espectro infantil inerente à idade, deseja e quer consumir o que vê, ainda mais com o brilho e produção hipnótica nestes vídeos. É uma cadeia nociva, desenfreada, que necessita de regulamentação – e freios. Um ótimo tema para os parlamentares brasileiros se debruçarem com a seriedade que tanto a população exige deles.