Presidente crítica iniciativa de governadores contra coronavírus
Governadores cobram engajamento do Palácio do Planalto
Foto: Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro criticou as medidas de alguns governadores que determinaram o fechamento do comércio para evitar disseminação do coronavírus. Para ele, o fechamento, defendido por especialistas, poderia ser usado politicamente contra ele, além de prejudicar a economia. A urgência por ações que possam fazer frente à proliferação do novo coronavírus pelo país agravou o desentendimento político entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores.
“Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas, que não competem a eles, como fechar aeroportos, rodovias, shoppings e feiras”, disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada. Mais tarde, numa entrevista coletiva, ele voltou ao assunto. “Tem um governo de Estado que só faltou declarar independência do mesmo”, afirmou, sem detalhar.
Insatisfeitos com a atuação do Palácio do Planalto diante da crise e de uma possível colapso, principalmente na rede pública de saúde, estados têm se antecipado ao Executivo federal e agido por conta própria para tentar combater a expansão da doença. No Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decretou a suspensão das aulas e restringiu o funcionamento de parte do comércio como medida de precaução contra a disseminação do vírus.
“O que está em risco é a saúde da coletividade, e os exemplos mundiais, infelizmente, demonstraram que qualquer lapso de ação pode levar ao desastre”, disse.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em uma das decisões mais extremas já tomadas no país desde a explosão de casos de Covid-19, publicou um decreto que pede o isolamento da cidade do Rio de Janeiro para transportes de passageiros, tanto por meios terrestres quanto aéreos. A medida, que depende de aval de agências reguladoras para entrar em vigor, também quer suspender voos internacionais e voos nacionais que saiam de estados com ocorrências de pessoas infectadas pelo coronavírus.
“São os nossos hospitais que serão impactados, e o governo federal ainda em passo de tartaruga. Só fiz o decreto para que o governo tome ciência das medidas e, de uma vez por todas, acorde. É preciso olhar para o Brasil como um todo e parar com essa atitude antidemocrática, conversar com os governadores. Porque o que vai acontecer daqui pra frente, definitivamente, depende muito do que o governo federal precisa fazer”, afirmou.