Presidente da Câmara eleva limite de despesas médicas de deputados na rede privada
Arthur Lira justificou mudança por conta de defasagem da inflação no período
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), elevou em 170% o limite de despesas médicas de deputados na rede privada. De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (1º), pelo Estado de São Paulo (Estadão). O valor que pode ser reembolsado com dinheiro público passou de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil.
Pelas regras internas, gastos acima disso também podem ser devolvidos ao parlamentar, mas apenas após aval da Mesa Diretora da Casa. O reembolso, porém, não é a única forma de os deputados terem despesas médicas pagas pelos cofres públicos.
Os parlamentares têm direito a um plano de saúde, ligado à Caixa Econômica Federal, que permite o atendimento em hospitais privados. O valor pago para aderir ao benefício é de R$ 630 mensais, além de uma quota-participação de 25% sobre cada gasto realizado, segundo tabela adotada pelo convênio. O salário de um deputado é de R$ 33,7 mil.
O aumento no valor do limite de reembolso foi publicado na segunda-feira passada (22) e atualiza uma resolução de 2015. Lira justificou o reajuste de 170% pela defasagem da inflação no período. “Nos últimos anos, a chamada ‘inflação médica’ tem superado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Pelos cálculos do economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a variação do chamado grupo saúde na taxa de inflação teve alta de 38% no mesmo período. Com isso, o valor do teto para reembolso passaria para R$ 69 mil.
Segundo o economista, dentro do grupo saúde há variações que poderiam ser usadas para o reajuste. “Por exemplo, o subgrupo de ‘serviços de saúde’ poderia ser mais adequado para esta finalidade. Este subgrupo teve alta acumulada de 57,6% neste período, o que levaria o valor de R$ 50 mil para R$ 78,8 mil”, afirmou Campos Neto.