Presidente da Petrobras esclarece que projeto para Arábia é voltado para fertilizantes, não petróleo
Segundo Jean Paul Prates, empresa teria participação cruzada para fornecer fertilizantes
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a proposta da empresa para Arábia Saudita trata de fertilizantes, não de petróleo, e se daria através de uma participação cruzada. A declaração foi feita à Folha de S. Paulo.
"É um ambiente societário que vamos fazer para o fornecimento de fertilizantes. Aí os árabes podem ter participação no nosso plano de fertilizantes e a gente pode, em troca, ter uma participação lá, para poder controlar preço e acertar a exportação mais para nós do que para outros", disse, ao citar as concorrências russa e ucraniana.
Ao site Bloomberg, Prates disse, no sábado (2), que estudava a viabilidade de estabelecer uma subsidiária integral no Golfo, a Petrobras Arábia. No entanto, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reagiu com surpresa e disse que não sabia dos planos de ter uma subsidiária na região.
"Como a cabeça dele é muito fértil, e ele pensa numa velocidade de Fórmula 1, e eu funciono numa velocidade de Volkswagen, eu preciso aprender o que é isso que ele vai fazer", pontuou Lula afirmou à imprensa no domingo (3), antes de deixar a COP28, em Dubai, para uma agenda na Alemanha.
O presidente da Petrobras ponderou que a fala de Lula refere-se à velocidade dos seus pensamentos e que não é uma forma de desqualificar o projeto.
"O único jeito que você tem de equalizar insumos com preços muito diferentes e disponibilidades diferentes é juntar todo mundo num ambiente só, dizer que todo mundo vai ser sócio. Você chega para os sauditas e para o Qatar e fala: a gente tem que tirar o russo, o ucraniano, esses caras são mais incertos", continuou Prates, ressalvando que "isso não é uma Petrobras Arábia, o nome da empresa tanto faz".