Presidente do BNDES destaca necessidade de mudança na indústria automotiva brasileira
Aloizio Mercadante ressaltou a contradição do país em desonerar a importação e taxar a produção doméstica
Foto: Agência Brasil
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse, nesta segunda-feira (12), que o Brasil deve transformar sua indústria automotiva a fim de se tornar mais competitivo no mercado internacional. A declaração foi feita durante o seminário "Desafios e oportunidades de crédito com o BNDES", promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Mercadante ressaltou a contradição do país em desonerar a importação e taxar a produção doméstica, argumentando que é necessário buscar um novo modelo.
“O que não faz sentido é o Brasil desonerar importação e taxar produção doméstica. Temos que buscar outro modelo. Quem gera emprego, paga salários e paga impostos não tem nenhum tipo de benefício. E o carro que vem pronto de fora é desonerado”, criticou Mercadante.
Para ele, o Brasil poderia seguir o exemplo da União Europeia, que criou um banco público voltado para o fomento do hidrogênio verde, e sugeriu a abertura de uma linha especial de crédito para a compra de ônibus elétricos, como forma de impulsionar a demanda.
O presidente do BNDES ressaltou ainda que a indústria automotiva tem um grande impacto na economia e que o Brasil não pode esquecer o que já conquistou no passado. Ele reforçou a importância de incentivar o emprego no setor fabril. Na semana passada, o governo federal anunciou um programa de incentivo à indústria automotiva, que inclui descontos no preço final de carros e subsídios para a redução do valor de caminhões. Especialistas apontam que essas medidas podem ter impacto no curto prazo, mas não são capazes de causar mudanças estruturais no setor.