Presidente do TCU diz que máquina pública pode parar
Vital do Rêgo se pronunciou que “a renúncia fiscal no Brasil não tem resultado social”
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rêgo, afirmou que o governo federal e o Congresso “têm de ter muito cuidado com o risco de a máquina pública parar” por conta da elevação dos valores destinados a gastos como as emendas parlamentares.
“Não sei se o poder discricionário do Congresso está muito grande, mas o do governo certamente está muito pequeno”, declarou em entrevista à revista Veja. “É importante dizer que governo e Congresso têm de ter muito cuidado com o risco de a máquina pública parar. Quando se tem muito poucas reservas e ainda por cima elas são discricionárias, há o risco de um shutdown”, compleetou
Vital do Rêgo se pronunciou que “a renúncia fiscal no Brasil não tem resultado social”. “Além de não ter resultado, ao final do período de vigência, o governo ainda renova o benefício, ficando ad aeternum, ou a empresa vai embora do país. Isso gera repercussão no Orçamento, porque não há receitas. O setor automobilístico, para mim, é o mais gritante. Insisto que vai ter uma hora que a máquina vai parar”.
Vital mencionou ainda sobre o crescimento da dívida previdenciária no setor militar. “É bastante gritante. Arrecadaram-se R$ 9 bilhões em 2023 e gastaram R$ 59 bilhões. O endividamento da Previdência dos militares é em progressão geométrica. Meu papel aqui é dizer que, do jeito que está, a Previdência será inviável em 5 anos. Se a gente não mudar, e não falo só dos militares, talvez na próxima década não consigamos ter receita para pagar aos aposentados do Brasil”, relatou.